Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu
Fernando Pessoa
3 comentários:
Temos milhões de almas, e cada umas
delas nos manda para lados diferentes, então tiro a conclusão de que devemos ir para todos eles...
hehehehehe
bjo da amiga gabi!
"Não sei quantas almas tenho, cada momento mudei"
...
Nem eu.
É isso aí Luaaaa, sem medo de ser feliz com todos eles....hehehehe
Postar um comentário