quinta-feira, 15 de julho de 2010

Vida de Foca - Alfaces, rúculas e afins

Bem, como dito anteriormente, trabalho em um jornal do interior.
Onde muitas famílias tiram seu sustento do campo, logo, muitas pautas partem dessas pessoas - os agricultores.
Dia 25 de julho, comemora-se o Dia do Colono e Motorista e entre uma pauta e outra para o jornal semanal, sai para elaborar algumas para o Caderno Especial do Colono e Motorista.
Na primeira pauta, visitei um rapaz, de 24 anos, morador do interior de Sobradinho, cujo além de agricultor é tanoeiro, artesão, inventor...e por ai vai!
A propriedade é muito bonita e já da rua avistei inúmeros pés de bergamota.
- Vamos ter que levar umas. (Brinquei com o meu colega)
- Com certeza; disse ele
Conversamos, visitamos a propriedade, vimos suas criações. E na última 'escala', eis que avisto um moedor de cana-de-açúcar. Pergunto se também é sua invenção, ele afirma e questiona se gosto de cana.
A reposta, claro, foi afirmativa.
-Então leva um pedaço?
-Aceito, disse rindo
Mal sabia eu, que o pedaço em questão, media aproximadamente mais de 1,60m e depois de minha aceitação não poderia recusar.
Meu colega só deu uma espiada de canto de olho, provavelmente pensando em como 'guardar' meu presente dentro do carro.
Mas na saída teve mais, meu colega elogiou os pés de bergamota, e adivinhem; - Vocês querem umas??
Sim, aceitamos felizes e nos meus pés havia um mar de frutas alaranjadas, que emanavam um cheiro peculiar e indicavam toda a sua doçura. Comemos e comemos muitas!
Na volta, fomos a casa de uma senhora, que no momento em que chegamos colhia nozes.
Sim eu também ganhei nozes e experimentei a torta de banana e nozes que ela havia feito. Sem contar o vinho de sua propriedade. Não só tomei um cálice, como de brinde ganhei um litro.
Retornamos eu as bergamotas, a cana, as nozes e o vinho.
A receptividade aqui, além de agradar, enche também a barriga.
Em outra propriedade, em que o agricultor trabalha somente com insumos orgânicos, fomos agraciados primeiramente com os olhos.
Quem visita a propriedade, se deslumbra com a beleza e os cuidados com as hortaliças. Eis que entre o tira foto ali, pega aquele repolho, para ali no lado das alfaces, o proprietário colheu alguns pés...
Na hora de embora, veio a surpresa, ganhamos um repolho imenso, duas variedades de alface, um maço de rúcula, laranjas e bergamotas.
-Se é do gosto de vocês, podem levar. (disse cordialmente o produtor)
Agradeci perplexa com a quantidade e a beleza que continha aquelas sacolas.
Naquela noite, lá onde moro, teve alfaces, rúculas e afins...

2 comentários:

Alexandre Correia disse...

Oi Aline,

Dá gosto sentir toda essa generosidade do pessoal daí. Trabalhar com comunidades vincadamente rurais tem isso. E tem outros problemas; certamente que nem tudo são rosas. Pelo que entendi, todo o mundo ficou contente por sua visita para fazer uma matéria. Mais do que os presentes, que expressam esse contentamento, é o reconhecimento que nos alimenta no nosso dia a dia, no nosso trabalho. Fico contente. Por si, claro.
Beijo,

Alexandre Correia

Urgel Souza disse...

o pessoal do interior é fantástico. o valor humano brota da pele de qualquer um.

PS: O bom da vida de foca é que baixa o custo de vida.