quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Tempo....


Após 9 meses de gestação eu ganhava o mundo
Aos 9 meses de idade dormia sem fraldas
Aos 10 meses explorava o mundo com minhas próprias pernas
Aos 12 já era capaz de dizer o que queria

A primeira palavra foi "papai", apesar da insistência maternal para dizer "mamãe"
Com todo carinho mostrei ao meu pai que não suportava papinhas prontas, fiz uma tremenda cara feia
Minha mãe lembra sem nenhuma saudade que minha fase dos porquês foi muitooo mais longa que o das outras crianças

Aos 2 anos não reconheci meu pai, tudo pela "malvada gilete" que levou o bigode dele embora
Aos 3 minha família ganhou novos rumos e optamos por residir no sul
Com 4 anos minha festinha de aniversário já foi com amiguinhos gaúchos, mas eu ainda falava garota e não guria

Muitas dessas lembranças, são histórias a mim contadas. Guardo todas com muito carinho e agora registro, para não correr o risco de também esquecer.

Demorei para aprender a pronunciar Ô NI BUS, insistia em apenas ONS. Mas nesse percurso encontrei alguém mais insistente que eu, Dona Yolanda, que após um dia inteiro de treino comigo, finalmente a palavra saiu.

Foi na escola que aprendi a utilizar o banheiro sozinha...o que que a necessidade não faz
Sempre briguei pelos meus ideais e brigo até hoje
Hoje percebo que o tempo passa rápido demais e que ele ninguém alcança.
Ontem mesmo brincava de barbie e sonhava em ser secretária, hoje olho no espelho e o que vejo não é mais aquela garotinha de cabelos crespos arrumados pela mãe.

O tempo ele não foi cruel comigo, isso não, apenas não fui capaz de perceber sua chegada.
Ele traz mudanças, algumas irreparaveis, outras para mostrar o melhor, outras para crescer, algumas para aprender a perder...

Tempo tempo mano véio....



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